sábado, 23 de abril de 2011

PRETOS VELHOS


A Legião de espíritos chamados "Pretos Velhos" foi formada no Brasil, devido ao torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África, idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego.

Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os inscipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza. Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais.

Mas a mente não envelhece, apenas amadurece.

Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece.

O ato final da peça que encarnamos no vale da lágrima que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram.

A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura.

Teriam que possuir a essência intríseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.
Quanto aos nomes, há muita controvérsia sobre o fato de o nome do Preto Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas. Voltemos ao passado, na época que cognominamos "A Idade dasa Trevas" no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitia a seus escravos a liberdade de culto. Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos.

Porém eles seguiram a velha norma: contra a força não há resistência, só a inteligência vence. Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em miniatura acreditassem estar eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados.

Desta aparente ambigüidade passaram a colocar em seus Deuses Orixás nos nomes dos santos católicos que mais se assemelhavam, daí o sincretismo.
As crianças escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes.

A primeira, ocultamente, na nação a que pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a ceita.

A segunda vez, na pia batistal católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome do seu senhor, sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera (Antônio da Coroa Grande, exemplo), ou então da região africana de onde vieram ( Joaquim D'Angola, Maria Conga, etc...)
Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem.

Ao se incorporarem, trazem os Pretos Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam.
Os Pretos velhos, considerados nossos Guias ou Protetores (semi-Orixás), somente pelos Umbandistas, pois na Nação (Candomblés) são considerados Eguns (almas desencarnadas), e decorrente disso, só têm fio de conta (Guia) na Umbanda.

Podem usar o preto e branco.

O preto porque, quando se morre, fica-se nas trevas e só com o decorrer do tempo e com preces as almas passam a ter luz; e o branco por serem almas e todo espírito ser representado pelo branco.

Essas cores são também usadas porque, sendo os pretos velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.

Não é nossa intenção publicar letras de pontos cantados, pois em nossa opinião fica um vazio quando não se tem propriamente a música, porém abriremos uma excessão para um ponto que mais parece um hino, um grito de liberdade, de bondade, de fé, de resignação, de agonia, de sentimentos profundos e de glorificação. Esse cântico deveria ser cantado no momento da "chegada" dos pretos velhos, pois seriam uma homenagem justa a tanto que sofreram:

Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Eles sofreram, mas ensinaram
Com persistência, bondade e fé
Enquanto eles apanhavam
Eles oravam pedindo à proteção
Para o senhor, que os castigavam
Sem piedade e nem coração
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
A Lei de Zâmbi sempre seguia
Na esperança do seu passamento
Que um dia haveria de vir
Pela bondade de seus pensamentos


Cores: preto e branco
Comemoração: A data de 13 de maio é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos), razão pela qual a Umbanda comemora o dia do Preto Velho.

Citaremos alguns Pretos Velhos; a cada história encontrada de cada um deles montaremos um link para que conheçam sua história.

Pai Cambinda (ou Cambina);
Pai Roberto,
Pai Cipriano e Mestre Luiz;
Pai João D'Angola (também de Minas)
Pai Congo;
Pai José D'Angola;
Pai Benguela
Pai Jerônimo;
Pai Francisco;
Pai Guiné
Pai Joaquim (também da Costa);
Pai Antônio;
Pai Serafim
Pai Firmino D'Angola;
Pai Serapião;
Pai Fabrício das Almas
Pai Benedito (também de Guiné);
Pai Julião;
Pai Jobim
Pai Jacó;
Pai Serapião;
Pai Caetano
Pai Tomaz;
Pai Tomé;
Pai Malaquias
Pai Jobá;
Pai Dindó;
Vovó Maria Conga
Vovó Manuela;
Vovó Chica da Costa D'Africa;
Vovó Cambinda (ou Cambina)
Vovó Ana;
Vovó Maria Redonda;
Vovó Catarina
Vovó Luiza;
Vovó Rita do Cruzeiro das Almas;
Vovó Gabriela
Vovó Quitéria;
Vovó Mariana;
Vovó Maria da Serra
Vovó Maria de Minas;
Vovó Rosa da Bahia;
Vovó Maria do Rosário
Vovó Benedita; ;
Obs: O tratamento poderá ser substituído por Vovô ou Tio, por Tia, pois todos denotam carinho e respeito.
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